segunda-feira, 22 de setembro de 2008

O poder da retórica

− Eu vou no Méqui TODOS os dias.
− Ai, que horror!
− Que horror, por quê? É super legal, tá?
− É nada, a minha mãe disse que faz mal.
− Mal por quê?
− Porque é porcaria.
− Ai, tá, eu não vou toooodos os dias, né?
− Ela disse que tem um montão de gordura trens.
− Gordura o quê?
− Ah, eu não sei, mas ela disse que é uma coisa que mata do coração e que ainda por cima, deixa a gente bem gorda e cheia de celulite.
− Eu não tenho celulite.
− Ainda! Logo, logo vai aparecer. Até no olho.
− Na verdade, eu vou só de vez em quando lá, nem é tanto.
− Ela disse também que eles usam carne de minhoca pra fazer os hambúrgueres.
− Dã, nada a ver.
− É sim. E que o refri que eles vendem faz apodrecer os ossos e tem tanto açúcar que você vai ficar banguela com 20 anos.
− Isso não acontece com quem vai raramente, que nem eu.
− Você sabia que depois de 10 minutos que a comida fica parada, eles jogam fora porque fica ruim? O mesmo acontece com o seu estômago, estraga. Fica verde.
− Nem fica verde.
− Fica sim. Ah, e sabe o escorregador colorido? Diz que colocam gilete pras crianças se cortarem.
− Eu nunca me cortei.
− Você é exceção. E da próxima vez se corta.
− Eu nunca me cortei porque eu nunca fui. Na verdade eu nem gosto de Méqui, tá? Eu só tava te enganando. Rá, até Parece! Idiota!